O que é a indústria 4.0?

19/06/18

A primeira vez que o termo indústria 4.0 foi utilizado foi em 2011, numa feira em Hanover. Ela é baseada num conjunto de tecnologias que automatizam o processo industrial e realizam a troca de dados utilizando conceitos da transformação digital, como a Internet das Coisas e a Computação em Nuvem.

É a Era das Fábricas Inteligentes, na qual os processos de produção se tornam cada vez mais autônomos, customizáveis e eficientes. A indústria 4.0 veio para transformar a vida das pessoas, contribuindo para o crescimento econômico, a geração de empregos mais qualificados e a elevação da nossa qualidade de vida.

A Indústria 4.0 se refere à quarta revolução industrial:

1ª Revolução Industrial: máquinas a vapor, surgimento do tear mecânico.

2ª Revolução Industrial: aço, energia elétrica, motores elétricos e combustíveis derivados do petróleo.

3ª Revolução Industrial: eletrônica avançada, manufatura através de sistemas computadorizados e robóticos.

4ª Revolução Industrial: sistemas ciber-físicos, IoT, manufatura descentralizada.

Origem da Indústria 4.0

Em 2011, durante a Hannover Messe, feira de tecnologia industrial, o Governo Alemão deu início a um projeto de estratégias para promover a informatização da manufatura. No ano seguinte, o grupo responsável apresentou um relatório de recomendações para a sua implantação. Em 2013, o trabalho final do desenvolvimento da Indústria 4.0 foi publicado.

Seu fundamento básico é a criação de fábricas inteligentes que terão autonomia para marcar as próprias manutenções, prever eventuais erros nos processos e se adaptar a mudanças de produção que não foram planejadas. Tudo isso utilizando redes inteligentes criadas através de máquinas, sistemas e ativos conectados, capazes de comandar a produção de maneira autônoma.

Princípios da Indústria 4.0

De acordo com o relatório, a Indústria 4.0 segue alguns princípios básicos:

Interoperabilidade: os sistemas dos humanos e das fábricas inteligentes se conectam e se comunicam entre si, através de tecnologias como a internet e a computação em nuvem.

Virtualização: a criação de uma cópia virtual das fábricas inteligentes por sensores de dados interconectados para permitir o monitoramento remoto dos processos.

Descentralização: os sistemas ciber-físicos podem tomar decisões de acordo com as necessidades da produção, sem necessidade de comandos humanos.

Capacidade de operação em tempo real: a coleta, a análise e a entrega de dados em tempo real, permitindo a tomada imediata de decisões.

Orientação a Serviço: serviços oferecidos através da computação em nuvem, utilizando arquiteturas de software orientadas ao serviço.

Modularidade: capacidade de adaptação das fábricas inteligentes através da reposição ou expansão de módulos individuais.

A Indústria 4.0 se apoia ainda sobre alguns pilares que sustentam sua implantação. São as novas tecnologias que vão impulsionar esse novo mercado industrial produtivo, que permitem que os seus princípios sejam devidamente colocados em prática. Muitas delas já são bastante difundidas no nosso dia a dia e começam a ter novas aplicações criadas para o meio empresarial, enquanto outras ainda começam a ser trabalhadas e não atingiram todo o seu potencial.

• Big Data e Analytics
• Robótica
• Simulação
• Internet of Things (IoT)
• Realidade Aumentada
• Computação em Nuvem
• Manufatura Aditiva (Impressão 3D)

O impacto da Indústria 4.0

A consolidação da Indústria 4.0 trará profundas transformações ao mercado e à maneira de fazer negócios, pois permitirá o surgimento de novos modelos de negócios. Uma das principais mudanças deve ser a entrada da customização no processo de manufatura, criando produtos adaptados às preferências de cada consumidor.

A quarta revolução industrial também deve mudar drasticamente o perfil do profissional da indústria. Algumas funções deixarão de existir, enquanto outras serão criadas para atender a demanda mais conectada das fábricas inteligentes. Isso é uma evolução do que já vem acontecendo há algum tempo com trabalhos manuais e repetitivos, substituídos por mão de obra automatizada.

Por fim, outro ponto que deve ser diretamente impactado é o da segurança. Como tudo é conectado na Indústria 4.0, a confiança nos procedimentos é fundamental para o sucesso das produções. A preocupação com a proteção de dados será cada vez maior e deve gerar uma série de medidas a serem tomadas por empresas dos mais diversos segmentos.

A Indústria 4.0 no Brasil

De acordo com especialistas, grande parte da indústria nacional ainda está realizando a transição da Indústria 2.0 para a Indústria 3.0. As tecnologias digitais ainda são pouco utilizadas pelas empresas do país, que em sua maioria desconhecem de que forma a digitalização pode contribuir para a competitividade do setor industrial.

Em comparação com a Alemanha, o Brasil precisaria instalar cerca de 165 mil novos robôs industriais para modernizar sua indústria. No ritmo atual, isso significa que levaríamos mais de 100 anos para alcançar os alemães. Além disso, aspectos estruturais, culturais e educacionais também aparecem como obstáculos nesse processo de modernização.

Qualquer tipo de mudança nessa realidade precisa ser pensada a longo prazo, com a adoção gradual de novas tecnologias e o surgimento de startups focadas em novas ferramentas como Big Data, Analytics, novos materiais, energias sustentáveis, entre outros. Nesse sentido, o Governo Federal, através do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), lançou a “Agenda Brasil para a Indústria 4.0”, que tem como objetivo promover o desenvolvimento da Indústria 4.0 no país através de uma série de iniciativas.

É uma questão de tempo até que as fábricas inteligentes comecem a tomar o mundo e consolidem a chegada da Quarta Revolução Industrial. Todos os dias, as novas tecnologias vêm cada vez mais se integrando ao dia a dia da indústria, dando origem aos ambientes de manufatura flexíveis e customizáveis que caracterizam a Indústria 4.0.

Mesmo assim, essa nova realidade ainda se mostra distante no Brasil, com a baixa adoção da automação nos processos industriais. Será preciso um esforço coletivo entre governo, empreendedores e instituições de pesquisa para mudar esse panorama e acompanhar o ritmo dos países mais desenvolvidos.

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