É muito comum encontrarmos artigos falando sobre as últimas novidades da Inteligência Artificial e como suas aplicações vão tornar nossas vidas mais fáceis. Mas e o que os executivos têm a dizer sobre a utilização das ferramentas de IA? Qual a visão deles sobre o desenvolvimento dessa tecnologia na indústria e de que forma ela vai impactar o mercado de trabalho?
Essa é uma opinião muito importante, afinal, o comportamento das empresas diante do uso de Inteligência Artificial dentro das suas operações ajuda a ditar a adoção da tecnologia no nosso dia a dia. Além disso, ela pode mudar totalmente a natureza de algumas funções, acabar com outras e ainda criar algumas totalmente novas.
Atrás dessas respostas, a IBM realizou um estudo com mais de 3.000 altos executivos em 20 indústrias de mais de 90 países. O resultado é bastante esclarecedor sobre o que nos reserva o futuro da Inteligência Artificial aplicado à transformação digital do mundo corporativo.
A realidade da Inteligência Artificial no meio empresarial
Com base nas respostas, foi possível dividir os executivos em quatro grupos distintos, de acordo com seu grau de uso atual da Inteligência Artificial para automatizar seus negócios e as intenções de investimento nessa tecnologia nos próximos dois ou três anos:
Reinventores (11%):É o grupo já capacitado em IA, com investimentos significativos planejados para o futuro. Desempenham uma abordagem estratégica com o uso da tecnologia e possui um vasto network de parceiros com os quais dividem recursos e ativos para continuar reinventando seu negócio.
Estrategistas (28%): Capacitados em AI, mas com baixo investimento planejado para o futuro. São abertos a remodelar alguns dos seus processos, mas menos focados em investir na IA para se reinventar.
Aspiracionais (23%): Grupo que ainda está planejando seu primeiro investimento em Inteligência Artificial. Esperam usar a tecnologia para se adaptar ao mercado em transformação.
Observadores (38%): Grupo sem capacitação em IA e sem investimentos planejados. Poucos foram realmente impactados pelas soluções de Inteligência Artificial e pretendem se manter à margem da tecnologia.
Inteligência Artificial: áreas de maior investimento
Para os Reinventores e Estrategistas, a IA funciona como uma base para o entendimento das novas tecnologias que surgem. Por outro lado, os Aspiracionais preferem investir apenas naquelas que já estão bem estabelecidas.
Essas tecnologias permitem o aumento de novos tipos e fontes de informações disponíveis para análise e novas descobertas para as empresas, o que explica a abertura de Reinventores e Estrategistas para esse tipo de investimento.
A Inteligência Artificial e o gerenciamento de risco
A função que aparece como a mais promissora para aplicação da Inteligência Artificial segundo os executivos é a de gerenciamento de risco. E quando entendemos o papel do gerenciamento de risco numa organização - planejar e administrar os recursos de uma organização para minimizar ou aproveitar riscos e incertezas operacionais – fica fácil entender o motivo.
Imagine uma tecnologia capaz de lidar com grandes de volumes de informações, com plena capacidade de realizar cruzamentos de dados, identificar padrões e filtrar somente o que é importante para a companhia atuando na avaliação de riscos de diferentes modelos de negócios, estratégias de prevenção e questões regulatórias complexas. Tudo isso com muito mais velocidade e precisão que um serviço humano.
A Inteligência Artificial vai acabar com os empregos?
Aliás, a substituição do serviço humano por máquinas com IA é um assunto que costuma ser bastante polêmico, principalmente agora, com a evolução desse tipo de tecnologia. Um estudo realizado pelo Fórum Econômico Mundial de Davos estima que cerca de 1,4 milhões de empregos serão afetados pela Inteligência Artificial até 2026. Mas o mesmo estudo trata de tranquilizar a situação, revelando que cerca de 95% dos trabalhadores mais afetados poderão achar outro emprego com a devida formação.
O fato é que sim, a Inteligência Artificial deve substituir o trabalho humano em diversas funções, mas não haverá uma onda gigantesca de robôs deixando todo o tipo de profissional sem ter o que fazer. Na verdade, o que vai acontecer é a substituição da força de trabalho repetitiva, seja manual ou administrativa. Isso vai garantir que os profissionais tenham mais tempo para se dedicar a serviços focados nas suas especialidades.
Como podemos concluir, a utilização da Inteligência Artificial nos ambientes corporativos é um caminho sem volta. Se por um lado ainda é relativamente significativo o número de empresas no grupo dos Observadores, por outro temos organizações totalmente dedicadas à busca pela inovação, tornando a tecnologia de IA cada vez mais presente na vida das pessoas. E na medida em que mais e mais soluções começarem a fazer parte das nossas rotinas, todos os profissionais precisarão se atualizar ou acabarão ficando para trás.