As 4 falhas mais comuns de governança corporativa e como evitá-las

14/05/18

A gestão empresarial é um assunto extremamente complexo que envolve inúmeras variáveis. Nesse cenário, a governança corporativa existe para garantir que não ocorra nenhum desvio de finalidade da empresa, para garantir que nenhuma parte interessada no negócio seja prejudicada.

Hoje em dia, podemos dizer que a governaça corporativa não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade fundamental para as empresas, tamanha a sua importância. Mas para que ela de fato tenha alguma validade e impacte positivamente o dia a dia empresarial, é preciso que sua implantação seja feita da maneira correta.


O que é governança corporativa

De uma maneira simples, podemos afirmar que governança corporativa é um conjunto de práticas que tem com objetivo indicar as regras do dia a dia do negócio para melhorar a qualidade da gestão empresarial. Entre os seus principais benefícios, podemos citar:

• Profissionalização
• Credibilidade
• Identificação de outras oportunidades de negócio
• Vantagem competitiva
• Melhora perspectivas de fluxo de caixa

Na prática, a governança corporativa impacta todas as questões internas da empresa, como processos, leis, políticas e costumes utilizados para a sua administração, e partes externas interessadas, como fornecedores, acionistas, clientes, a comunidade onde a empresa está inserida e etc.

Os princípios da governança corporativa

Com o seu desenvolvimento e aprimoramento, a governaça corporativa passou a ser dividida em quatro princípios básicos que direcionam sua aplicação. Eles servem para garantir que os direitos de todas as partes interessadas sejam preservados e evitar que a empresa sofra algum prejuízo:

• Transparência

Todas as decisões tomadas e todos os processos adotados devem ser divididos com quem se relaciona com a empresa, como fornecedores, clientes, o governo e a sociedade de maneira clara e compreensível. Além de mostrar a boa vontade e afirmar a lisura do negócio, a transparência serve para fortalecer os laços entre as partes interessadas, garantindo que haja boas relações e engajamento.

• Equidade

A relação entre todos deve ser igualitária como uma forma de garantir que todos os envolvidos se sintam motivados e seguros para fazer contribuiões da forma que acharem melhor. Para que esse princípio funcione, é preciso que a companhia mantenha seus canais de comunicação abertos para todos.

• Prestação de Contas

O trabalho realizado por todos deve ser documentado, não apenas em termos de recursos financeiros, mas também de resposabilidade. Dessa forma, o planejamento é potencializado e é possível aumentar o controle sobre cada processo desempenhado.

• Responsabilidade corporativa

O último dos princípios da governança corporativa diz respeito à imagem que a empresa passa ao mercado. Para isso, é fundamental saber qual o impacto das suas ações e como sua marca se posiciona na sociedade.

As 4 principais falhas da governança corporativa

Mesmo com seus princípios bem definidos, nem sempre observamos uma boa implantação da governança corporativa nas empresas. Isso porque ela é mais que um mero conjunto de regras ou processos, mas uma verdadeira cultura que deve ser abraçada tanto pela administração e pelos gestores quanto pelos demais colaboradores.

Vamos mostrar quais as quatro principais falhas de governanças corporativa para exemplificar os casos em que sua aplicação é feita de maneira equivocada e não traz os resultados desejados.

1. Conselho Administrativo sem independência

Uma das formas de garantir que as práticas da governaça corporativa sejam bem definidas e respeitadas é através da autonomia do Conselho Administrativo. Seu papel é a diminuição de riscos e a melhoria da tomada das decisões estratégicas da empresa. Para que possa exercê-lo, é imprescindível que possua independência. Isso garante que os interesses da companhia sejam colocados sempre em primeiro lugar.

2. Falta de comunicação

Um dos princípios da governança corporativa é justamente a equidade. Assim, a falta de comunicação representa um grande problema na sua implantação. A comunicação precisa ser vista como um fator-chave para o sucesso dos processos internos das empresas, com um papel estratégico cada vez maior.

Para isso, é necessário que operações importantes com impactos significativos, como financeiros e tributários, por exemplo, sejam avaliadas previamente, ao invés de executadas sem qualquer preparação. Uma boa comunicação aumenta a confiança entre as partes interessadas e minimiza a ocorrência de riscos.

3. Auditorias independentes ineficazes

A realização de auditorias independentes é um recurso de extrema importância para as empresas, pois é através delas que a utilização de recursos de maneira eficiente é analisada com imparcialidade e eficiência.

É parte fundamental da governança corporativa assegurar que a realização das auditorias aconteça de forma tranquila, com toda a autonomia e independência que forem necessárias. Somente assim será possível identificar os processos necessários para a melhoria constante na empresa.

4. Políticas de remuneração ruins

As políticas de remuneração têm como objetivo o incentivo à produtividade e à eficiência através da premiação pelo bom desempenho. Um sistema ineficiente, como quando certos executivos podem definir a própria remuneração, por exemplo, tem o efeito totalmente contrário e atua na contramão das práticas propostas pela governança corporativa. É necessário manter uma política de remuneração justa, que inspire confiança.

Governança corporativa: boas práticas para evitar falhas

Para que a implantação da governança corporativa na sua empresa seja feita da maneira adequada, existem algumas práticas que podem ser seguidas. Selecionamos quatro para ajudar você a melhorar sua cultura empresarial:

- Monte um Conselho Consultivo

Formado por 3 a 5 pessoas de sua confiança capazes e dipostas a ajudar, com diferentes perfis e bastante bagagem, o Conselho Consultivo ajuda muito na superação dos obstáculos do mercado. De acordo com a governança corporativa, os gestores devem se reunir com o Conselho pelo menos algumas vezes por ano, tendo como foco o aumento da eficiência, inovação e produtividade.

- Estabeleça uma hierarquia

Para que os processos internos funcionem da maneira adequada e ofereçam o máximo desempenho, é importante para colaboradores e equipes saberem a quem respondem. Além disso, não é indicado que uma mesma pessoa tenha funções diferentes em grupos distintos, sob pena de prejudicar a qualidade da sua entrega. Também é imprescindível ter uma pessoa, em um cargo mais alto, responsável pela decisão final, principalmente em situações de impasse.

- Realize reuniões para acompanhar projetos

A realização de reuniões para o acompanhamento de projetos é uma ferramenta importante para manter os princípios da governança corporativa em pleno funcionamento. Através delas, é possível acompanhar o andamento dos trabalhos internos e botar em prática os outros princípios, como a transparência e a prestação de contas. É importante que as reuniões sejam acompanhadas pelos sócios, funcionários e Conselho Administrativo e que seja feito um registro de todas elas, para que possam ser analisadas depois.

- Mais transparência

Uma empresa transparente inspira confiança. Isso não se aplica somente externamente, frente ao mercado, mas também internamente, entre os colaboradores. Isso ajuda a criar um ambiente de trabalho mais produtivo e a melhorar o desempenho dos processos, contribuindo diretamente para o funcionamento das práticas da governança.

Manter uma boa empresa é uma tarefa bastante complicada e, nesse sentido, seguir uma cultura de governança corporativa é fundamental. Mais do que um conjunto de boas práticas, ela é uma demonstração, tanto interna quanto externa, do seu compromisso com a qualidade do serviço que você presta e a todas as partes interessadas.

Se você deseja continuar investindo na qualidade da sua cultura corporativa, recomendamos a leitura do nosso e-book “Diferenças entre os documentos fiscais eletrônicos” que aborda um assunto importantíssimo para a sua gestão empresarial.